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domingo, 17 de junho de 2012

REPETIDORA CATAVENTO



Como comentei e o PU1YZZ pediu... vai a parte da história que eu conheço da CATAVENTO 147.210 repetidora hoje não mais ativa no RJ, situava-se na Serra do Mato Grosso em Sampaio Correia - Saquarema (acho).
Pois bem. No fim da década de 70 auge do VHF no Brasil e início das montagens de repetidoras, um radioamador que trabalhava com fotometria aérea, já falecido, Nonato - PY1YY, voltando de um vôo na Bacia de Campos, passando pela Serra de Mato Grosso observou uma fazenda no meio da serra com sua sede quase no topo e reparou na visada que o local tinha para o Rio de Janeiro capital e a região dos Lagos.

Chegando ao Rio, foi de encontro aos colegas Manoel PU1WOI, Artur PU1WAX e outros e conversaram a respeito do local que posteriormente foram visitar.

Chegaram na padaria de Sampaio Correia e perguntaram pela fazenda. Lhes foi informado o acesso e eles foram procurar pelo dono. O dono chama-se Jairo ex PU1VHV, ainda vivo e ainda dono da fazenda. Foram até o local fizeram testes e ficaram abismados com as respostas obtidas nos testes feitos com os HT's lá de cima da fazenda. Só um pequeno detalhe, não havia luz elétrica na fazenda. Tudo era na base da gasolina ou querosene. Incluindo a casa do Jairo. Dentro da fazenda produzia-se queijo e leite. Notável era uma grande fonte de água mineral, limpa e cristalina com grande volume de agua caindo e que não secava em nenhuma estação do ano.

Visto isso tudo, voltaram e foram estudar o que poderia ser feito. Manoel sugeriu que se aproveitasse a queda d’água para gerar energia e fez todo um projeto de uma hidrelétrica para a fazenda. Tudo artesanal. Levaram a idEia pro Jairo e como moeda de troca forneceriam luz elétrica para a fazenda. Jairo aceitou a oferta e o projeto saiu do papel.

A usina era tocada por uma roda pelton, ligada por correia a um alternador de automovel modificado, este gerava 220VAC. Ah sim, foi criado um lago para o escoamento da água e para sacear os animais da fazenda. A vazão da fonte se não estou errado era de 600l/h. Pois bem, foi construída uma cabine no melhor ponto, cerca de 700m de altitude, que ficava a praticamente 1 ou 2km da usina. No caminho, fiação elétrica TOTALMENTE TUBULADA em eletrodutos, feita por eles e no meio um auto transformador para elevar a tensão que se perdia na distancia do cabeamento para manter os 220VAC até a cabine.

Pronto, cabine pronta, luz no local, na casa do Jairo finalmente a geladeira de querosene foi aposentada. RPT no ar. Operando com 3 antenas direcionais de 4 elementos a Catavento tinha 2 antenas no RX, uma apontada pra região dos lagos e outra pra capital do RJ, e uma antena no tx apontada pro RIO, a rpt dava cobertura TOTAL as duas regiões, vale ressaltar que a direcional era projeto também do Manoel pu1woi (uso uma aqui em casa e meu pai usa outra até hoje, fantástica a antena).

Além da rpt, da luz elétrica pro Jairo, outro amigo que também já partiu, Zezinho PY1EBV, deu mais um presente pro Jairo, colocou lá na casa do Jairo um VHF e lá na cabina da rpt um autopatch em VHF, linkado pro RJ em UHF para uma linha telefônica na casa do Zezinho, deu o código pro Jairo e disse: vc digita o ddd e o telefone da sua casa e pode falar a vontade com sua família em Barra do Pirai. Jairo mais do que contente, pois passava mais de uma semana sem contato com a família, passou a usar o autopatch, sem nunca ter visto quanto custava aquele rádio ligado ao telefone, na casa do Srº Zé, como tratava Jairo, com o Zezinho.

Cabe ressaltar que o alternador que gerava 220VAC, queimava direto pelo excesso de geração. Um alternador não passava de 1 semana.Existiam então para suprir as necessidades 10 alternadores, que circulavam, usina, padaria, Marina da Glória e Magé. Qualquer radioamador que fosse sócio do Grupo VHF Rio, que passasse pela estrada, voltando pro Rio, parava na padaria, pegava os alternadores ruins, e levava para a Marina da Glória, onde existia o GVR, deixava lá. Entra aí o Vladimir - PY1MIX (vivo ou morto??? não sei), eletricista de auto em Magé, que vinha ao Rio buscar peças para carros de clientes e ia ate a Marina pegar os alternadores ruins e deixar os reparados) levava pra Magé para reparar e tornava a trazer ao RIO. Quem fosse para a Região dos lagos levava os alternadores bons e deixava na padaria, Jairo pegava e levava para a fazenda e sozinho trocava os mesmos. Este ciclo durou anos e anos.

Cabe ainda detalhes da repetidora, foi a primeira a ter um identifier digitalizado, que dizia com voz de robô: CATAVENTO - RIO DE JANEIRO. e tinha o indicativo com as iniciais de seu responsável PY1AMA - ARIOSTO AMADO, já falecido. Foi a primeira rpt a ter também o "pintinho" que era respeitadíssimo. Quando havia problemas de energia o pintinho avisava que a mesma estava sobre baterias, e somente comunicados de emergência eram trocados, na época não havia celular, então um carro enguiçado na estrada era motivo de uso do radio para auxilio. Enquanto o pintinho piava, não tinha bate-papo.

Chegou-se instalar autopatch na rpt durante os carnavais e era de uso exclusivo dos associados do GVR, na década de 80 chegaram a 500 sócios.

Já falei pra kct, mas acho q vale a pena. É a pura historia do radioamadorismo de verdade, que outrora existiu no RJ. Para o auxilio ao próximo.

Tudo durou e teria durado muito mais se um belo dia o Jairo que tinha um VHF ligado direto na rpt na casa dele não tivesse ouvido LINDOS PALAVRÕES lançados de forma ofensiva pela mulambada na repetidora. Jairo, que era Pastor de uma Igreja Evangélica, na mesma hora ligou para a casa do Zezinho, e disse que iria tirar tudo do ar, porque não queria e não adimitia palavrões dentro da casa dele.

E todo o trabalho de mais de 15 anos foi perdido ali, por causa de meia dúzia. Perdeu-se ali na minha opinião e de vários outros colegas aqui do RJ a melhor repetidora que já houve no estado, tanto em termos de localização quanto de organização e uso da tecnologia existente na época...
Não precisava de 2 mil metros de altura, nem de subtom, nem nada, era simplesmente fantástica, era também acionada por vários colegas de outros estados, como SP e MG, sem menor dificuldade, bastando uma boa localização.
Aproveito pra puxar a sardinha pro meu lado, cheguei a fazer parte da equipe também, já quase no final de vida dela.
Tempo bom que não volta tão cedo, ou mais.
É isso... os dedos doem, e olho fica pesado, lembrar de toda a historia da catavento. Restam hoje apenas excelentes lembranças minhas e dos ainda vivos que fizeram parte da velha catavento na fazenda Águas Claras. Boa parte dessa história me foi contada pelo Artur - PU1WAX e pelo meu pai Gonzaga - PY1LGC.

73 ES DX
PY1MNC, Márcio N. Chehab


segunda-feira, 11 de junho de 2012

BATALHA NAVAL DO RIACHUELO




CONCURSO BATALHA NAVAL DO RIACHUELO
Em comemoração ao 147º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, aconteceu nos dias 01, 02 e 03/06, o Concurso de Radioamadorismo Batalha Naval do Riachuelo, nas modalidades de telegrafia e telefonia, nas dependências da Estação Radiogoniométrica da Marinha do Rio Grande- RS. O concurso foi organizado pela Escola Naval, é de âmbito nacional, envolvendo estações radioamadoras civis e militares, em diversas categorias. A equipe representando o Comando do Quinto Distrito Naval, usou o indicativo ZV3MAR, foi organizada e conduzida pelo PY1AMF - CC(T) Marins, auxiliado pelos PY3DJB - Jorge, PU3VRW- Douglas, PU3ABS – Alexandro, PU3LDA – Laerte, SO-CN Ronaldo, SO-CN Eliseu, 1ºSG-CN Sigallis, 1ºSG-CN Clébio, 1ºSG-CN Marcelo, 1ºSG-CN André Luis, 1ºSG-ET Marcus, MN-CN Willhames, MN-CN Soruco, MN-CN Éderson e MN-CN André.
O concurso foi considerado um sucesso e o resultado promete uma boa colocação final.
PY1AMF/PY3
MARINS